Eu achei, sinceramente, que depois do arrastão de abelhas não iria acontecer nada mais de extraordinário naquela escola. Engano meu! A Kenia tem uma frase bem engraçada sobre as coisas mirabolantes que acontecem no Cultura: “ Enterraram uma cabeça de cavalo debaixo da quadra da escola” [ uai, até dá para sentir um vento batendo na espinha! *tenso]. Só que agora terei que concordar com ela. Putz, depois do exame, de menino correndo para todos os lados, adivinha?? UM APAGÃO!! Isso mesmo um apagão em plena quinta feira! Uma coisa de maluco! Estava na biblioteca dando aula particular para dois aluninhos gracinhas que eu tenho, quando de repente POW... Ouvimos um estouro e faíscas voaram pelo céu. Era noite, e o céu não estava negro e sim vermelho, o vento batia forte nas árvores e fazia um barulho, na verdade um zunido surdo que aparece nos filmes de terror. O Colégio ficou todo às escuras, nenhuma luzinha sequer. Quando sai da biblioteca, ouvi um barulho que mais parecia um estouro de gado (O que na verdade não deixa de ser...), meus alunos corriam em direção ao portão . Outro arrastão, não é possível!? Todo mundo foi embora, claro que alguns ficaram quem ia perder o lanche gostoso da Luzia?? Procurei Kenia, gritando de mãos dadas com os meninos, sempre fico preocupada com ela, afinal a mulher está grávida e vai que cai naquele chão verde de pedra sabão?!? Quando a achei já estava sentada na sala dos professores devorando um potinho de macarrão. Ela riu , oferecendo o lanche e comentando que nunca tem medo dessas coisas. É ruim proteger amiga durona.
Depois do lanche servido, todos foram embora. Para variar o meu ‘motorista’ não chegava e comecei a me apavorar. Estava o porteiro da escola, uma aluna e eu no meio da rua, em frente ao Cultura no maior breu. Achei que era meu fim! [ Sei que sou dramática!Ashuhaush’ é para dar fôlego ao conto] De repente, um carro parou com o farol forte cantando pneus. Quem era? Um aluno e sua turminha... Só “pessoal gente fina do Cultura”. Levei um susto daqueles. Os meninos saíram do carro rindo que não se agüentavam, mas ficaram lá, me fazendo companhia até meu ‘motora’ chegar. Quando subi na moto, dei tchau aos garotos e fui embora pensando... Só tenho 1 ano e meio no colégio, até o fim do meu estágio probatório, será que sobreviverei a tantos acontecimentos? Kkk’ Só me resta conferir.